No entanto, apenas a PSOF e a SF foram avaliados em estudos controlados e randomizados. Estes estudos, porque constituem os de maior grau de evidência estatística são obrigatórios para demonstrar a eficácia de qualquer estratégia. Na verdade, os estudos com PSOF anual ou de dois em dois anos demonstraram redução da mortalidade (15-33%)4, 5, 6 and 7 e os estudos com uma única SF demonstraram redução da mortalidade (44-70%)8, 9 and 10 e da incidência (55%)8. Portanto, o CCR MK-8776 in vitro cumpre todas as regras indispensáveis que permitem definir um programa de rastreio
eficaz: Mortalidade elevada, tratamento curativo, história natural longa e conhecida e testes eficazes. Mas existe uma outra variável que é essencial para definir a eficácia duma estratégia de rastreio, a adesão. Tem sido conceptualmente aceite que a adesão tem de ser superior a 50%, para que a estratégia utilizada seja eficaz. Numa meta-análise muito antiga que selleck chemicals inclui
130 artigos, os autores constataram que a adesão era muito baixa para a PSOF (40% a 50%) e muito variada para a Sigmoidoscopia (2% a 69%)11. Mas se é possível calcular a adesão em programas de rastreio com uma base populacional bem definida, a nível nacional é uma variável impossível de definir. Habitualmente, utiliza-se a taxa de utilização. Um estudo europeu publicado em 2010 avaliou a utilização de endoscopia digestiva baixa e PSOF em 11 países europeus12. Os autores constataram uma taxa de utilização next muito baixa e muito variada, não só para a endoscopia
(6,1-25,1%), mas também para a PSOF (4,1-61,1%). Os autores verificaram que o país, idade, educação, rendimento, estado civil, residência principal, hábitos tabágicos e perceção do seu estado de saúde constituíram fatores preditivos com significado estatístico em relação à utilização dos testes. No estudo publicado neste número do Jornal Português de Gastrenterologia13, os autores pretendem identificar fatores que possam contribuir para a baixa taxa de utilização ao rastreio do CCR, numa população residente em 15 freguesias da cidade do Porto. Estudaram fatores como as características sociodemográficas, conhecimentos acerca do CCR, atitudes relativas ao CCR, comportamentos acerca dos cuidados de saúde e tipo de informação sobre o CCR. Concluíram que apesar da população estudada evidenciar falta de conhecimentos em relação à importância do rastreio e portanto, com uma prática de rastreio reduzida, mostrou-se recetiva ao mesmo. Terminam chamando a atenção para a importância da prevenção secundária através do acesso gratuito ao rastreio. São muitas as barreiras que o rastreio do CCR tem de ultrapassar. Estas barreiras estão relacionadas não apenas com os cidadãos, mas também com os médicos, as instituições que legalizam, patrocinam e onde o rastreio é realizado e obviamente os testes.