Essa diminuição do eletrólito é detectada pelos receptores sensíveis
ao cálcio na membrana plasmática das células paratireoidianas. Então, ocorrem uma sinalização para a liberação de PTH e um aumento de sua expressão gênica. A interação entre o PTH com o receptor PTH/PTHrP nas células tubulares proximais renais sinaliza para um aumento na expressão de CYP27B1 e conversão de 25(OH)D3 em 1,25(OH)2D3. Promove, assim, a absorção intestinal de cálcio e fosfato e a liberação dos mesmos eletrólitos da fase mineral óssea. Quando a normocalcemia é restaurada, o eixo ativado 1,25(OH)2D:PTH é subsequentemente interrompido pelo FGF23.10 Como dito anteriormente, a avaliação da reserva corporal de vitamina D pode ser feita pela mensuração da 25(OH)D3 porque ela é mais prevalente forma circulante, com uma meia‐vida de 2‐3 semanas.8 A intoxicação find more por vitamina D é uma das mais raras condições médicas e algumas vezes causada pelo uso inadvertido ou a ingestão intencional de doses extremamente elevadas e por períodos prolongados. Seu quadro clínico cursa com hipercalcemia, hiperfosfatemia, supressão ABT-199 research buy dos níveis de PTH que podem levar a nefrocalcinose e calcificação de partes
moles, principalmente vasos sanguíneos, além de fadiga, perda de peso, anorexia e prejuízo da função renal.12 and 13 Dificilmente a intoxicação é vista com níveis plasmáticos superiores a 200 ng/mL12 e manifestações oculares, depósitos subconjuntivais e lesões em “bandas de ceratite” puderam ser visíveis ao exame com lâmpada de fenda, previamente aos sintomas de intoxicação.13 Uma das primeiras publicações acerca de intoxicação ocorreu em 1948, durante o relato de dez casos de pacientes que fizeram uso de doses elevadas para tratamento de artrite. A dose mais elevada recebida por um paciente foi 600.000UI/dia e a mais baixa 150.000UI/dia. A duração da terapêutica até o início dos sintomas foi bastante variada e ocorreu from entre dois e 18 meses. O paciente que recebeu a dose mais elevada tornou‐se sintomático precocemente, mas o que recebera 500.000 UI/dia somente manifestou sintomas
após 18 meses.13 A preocupação acerca da fortificação de alimentos com vitamina D em países europeus precisa ser reconsiderada. Tal alarde se deu no início de 1950, quando houve o nascimento de bebês britânicos com alterações faciais, retardo mental e problemas cardíacos que foram incorretamente atribuídos ao enriquecimento do leite com a vitamina D. Acreditava‐se que essas crianças fossem portadoras de alguma síndrome que causaria uma hipersensibilidade à vitamina D. Atualmente, as observações de que infantes que consumiram 2.000 UI/dia de vitamina D durante seu primeiro ano de vida não somente tiveram qualquer evidência de toxicidade como houve diminuição do risco de diabetes mellitus tipo 1 reforçam a segurança de seu uso. 12 O IOM e The Endocrine Society concluíram que níveis circulantes de 25(OH)D de até 100 ng/mL foram seguros e razoáveis para se tentar postular um limite.